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Quando o uso da tecnologia me incomodou pela primeira vez...

Há pouco tempo atrás, por incrível que se pareça, pensávamos que o simples uso de tablet nas escolas era a resposta que esperávamos para melhorar o aprendizado dos alunos. Algumas escolas chegaram a trocar as apostilas pelos tablets e a lousa de giz pela digital. Cheguei inclusive a trabalhar em uma escola cuja lousa era tão pequena que mal cabia a resolução inteira de um exercício de matemática....essa experiência foi o início do meu incômodo no mal uso da tecnologia.

A simples troca de uma ferramenta pela outra não necessariamente transforma o modo de ensinar do professor. A lousa digital, o tablet, jogos eletrônicos, vídeos, etc... podem sim substituir muitas atividades tradicionais e ajudar os alunos a alcançarem os mesmos objetivos que em uma aula tradicional, mas será que é só isso o que se espera da tecnologia?

Essa preocupação levou o Dr. Ruben Puentedura a elaborou uma estrutura de quatro níveis (Substituição, Aumento, Melhoria e Redefinição - SAMR) que ajuda a perceber se o modo como utilizamos a tecnologia é o melhor possível. Nela os usos são classificados em quatro níveis.

Os dois primeiros níveis (Substituição e Aumento) englobam os primeiros níveis da Taxonomia de Bloom, que são recordar e compreender, assim o Dr. Puentedura as considera que o uso da tecnologia simplesmente melhora a experiência de aprendizagem nestes casos. Os próximos níveis chamados Modificação e Redefinição alcançam os níveis mais elevados da Taxonomia, promovendo assim o protagonismos e a criatividade nos alunos.

SUBSTITUIÇÃO

Como mencionado anteriormente, neste nível não há nenhuma diferença fundamental entre a tecnologia e a ferramenta original. Por exemplo, quando o tablet é utilizado simplesmente para acessar uma apostila eletrônica ou quando uma redação é escrita em um processador de texto como o Word ou o Google Docs e entregue ao professor para correção, nestes casos, não é percebida uma vantagem evidente no uso da tecnologia.

AUMENTO

Neste caso, o uso da tecnologia substitui as ferramentas anteriores com vantagens. As apostilas eletrônicas, por exemplo, podem conter vídeos, sons, simulações e atividades que trazem interatividade aos alunos, promovendo assim o engajamento e ampliando suas possibilidades de aprendizagem. A lousa digital, ao invés de ser uma simples expositora de slides de power point, pode também ser uma plataforma de acesso a aplicativos com simulações, sites, documentos, etc...melhorando assim suas possibilidades de uso.

MODIFICAÇÃO

O uso da tecnologia neste caso permite o acrescentar novos objetivos de tarefas às tarefas existentes. Por exemplo, o Google Docs pode ser utilizado para a escrita colaborativa de textos. Os alunos podem ter acesso simultâneo ou assíncrono à um mesmo documento online. O professor pode fornecer feedbacks frequentes e saber como cada aluno realmente contribuiu para a elaboração do trabalho do começo ao fim, possibilitando assim uma avaliação processual.

REDEFINIÇÃO

Neste caso a tecnologia permite a criação de atividades inéditas, nas quais os alunos podem alcançar níveis mais altos na Taxonomia de Bloom. Ela permite, por exemplo, a criação de produtos que podem solucionar problemas reais dos alunos ou da comunidade. A elaboração de textos podem ser fazer parte do roteiro de animações digitais ou vídeos que impactam o problema do bullying ou o desperdício de alimentos na cantina. O Google Hangouts ou o Skype podem ser utilizados para realizar videoconferências com pessoas em outros países e assim trocar informações, fazer entrevistas ou viagens virtuais relevantes para um projeto escolar. Todas estas coisas não seriam possíveis há alguns anos atrás sem a tecnologia atual.

Veja abaixo o esquema SAMR.




Para saber mais

http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2https://www.commonsense.org/education/asset/watch-learn/introduction-to-the-samr-model


Tags

#InovaçãoEmEducação, #TecnologiasNaEducação,

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