top of page

Como montar um plano de aula com objetivos claros de aprendizagem

Os planos de aula sempre foram uma das principais dificuldades do professor. Creio que este desconforto venha da sensação de perda de tempo, burocracia e a crença de que ele não serve para nada, pois o que conta é o frigir dos ovos no dia-a-dia da sala de aula.

Apesar desta cultura, nos últimos meses temos visto uma crescente preocupação na reelaboração dos currículos escolares para alinharem-se à Base Nacional Comum Curricular, um documento que lista um conjunto de aprendizagens essenciais para a educação básica.

Acostumados à elaboração de planos de aula com objetivos baseados em conteúdos, agora as editoras de materiais didáticos e os professores são motivados basearem-se nas competências e habilidades destacadas na BNCC.

Para desmistificar a complexidade desta tarefa, vamos começar a pensar neste problema respondendo somente à três perguntas básicas: Quem? Aonde? Como?

Quem?

Estamos vivenciando uma mudança de paradigma na educação, pois vemos na BNCC um foco na pessoa do aluno e não no conteúdo. O professor, por sua vez, já não é mais o centro do processo educacional, nem o detentor de todos os conhecimentos, mas agora o aluno é o centro e as informações estão por toda a parte. Isso provoca um grande desconforto nos docentes, pois não foi assim que sua graduação o ensinou, pelo menos não na prática, pois as aulas foram, em sua maioria, expositivas e centradas no professor.

Para colocarmos o aluno no centro devemos primeiro conhecê-lo.

Certamente que o professor conhece seus alunos pouco a pouco no decorrer do ano letivo, mas o processo educacional não pode esperar e desde as primeiras semanas os alunos já podem avançar na sua aprendizagem se os professores utilizarem adequadamente as avaliações diagnósticas.

Para elaborar estas avaliações os professores podem utilizar as competências e habilidades do ano anterior como parâmetro e assim verificar se seus novos alunos as alcançaram.

A avaliação diagnóstica não precisa ser necessariamente escrita. Como exemplo, para avaliar as competências no eixo da oralidade dos alunos, pode-se solicitar a produção de um jingle, um programa de rádio ou o vídeo de uma entrevista sobre um tema que seja do interesse atual dos alunos.

Ao contrário do que se pensa, a avaliação diagnóstica não deve acontecer somente no início do ano, ela pode ser utilizada a qualquer momento, mesmo antes ou depois de uma atividade e deve sempre ser a base da próxima ação do professor.

Aonde?

O próximo passo é fazer o download da BNCC para a sua turma. Para isso, acesse este link http://download.basenacionalcomum.mec.gov.br/, localize a parte correspondente ao seu segmento e turma e faça o download do material.

Neste momento em que todas as escolas estão sendo chamadas a reelaborar seus currículos, é importante que os professores participem dessas discussões e ajudem neste processo, visto que serão eles os responsáveis por alcançar estes objetivos.

Agora que o professor já está ciente das mudanças, é essencial que o currículo antigo seja analisado com novos olhos. Analise a sequência didática que é apresentada em seu material didático e verifique se os objetivos almejados estão condizentes com o que é esperado na BNCC.

Como?

Já que estamos ampliando nossa visão de educação, entendemos que o ensino tradicional já não é suficiente para alcançar as Competências e Habilidades requeridas…é hora de aprendermos novos métodos de ensino e aprendizagem.

As metodologias ativas contemplam muitas das competências e habilidades destacadas na BNCC, assim o professor precisa se atualizar e aprender a utilizá-las. O pensamento crítico, científico e criativo, uso de diferentes e multilinguagens e a cultura digital podem ser desenvolvidas em diversas atividades, individuais ou colaborativas, que colocam o aluno como protagonista na construção do seu próprio conhecimento. Muitos destes métodos eu apresento no curso “Professores Inovadores”, cuja próxima turma abrirá dia 15 de Maio, mas até lá, acesse os materiais que disponibilizo abaixo para já ir estudando.

https://www.alexsandrosunaga.com/formacao-de-professores

Dica final: Seja simples

Ao elaborarmos uma atividade ou uma sequência didática, é importante que os objetivos sejam bem definidos. Quando o objetivo final é complexo, pode-se facilitar separando-o em objetivos menores e portanto mais fáceis de verificação através de uma nova avaliação diagnóstica no final.

Estas microaprendizagens motivam os alunos de diversas formas, além de facilitar o trabalho do professor. Ao tornar o caminho mais claro, a avaliação também é realizada mais facilmente, o que dá mais segurança ao aluno e torna seu crescimento mais perceptível.

Podemos usar como exemplo a soma de frações em matemática. O professor sabe que para que o aluno domine esta habilidade, é importante que ele saiba o que as frações representam, o que são frações equivalentes, o cálculo de mínimo múltiplo comum, etc… ou seja, para dominar um objetivo maior, ele precisa antes dominar outros.

Você pode aplicar isso em sua própria área de conhecimento. No próximo tema de sua aula, procure quebrá-la em pequenos outros temas que devem ser necessariamente independentes entre si, ou seja, o aluno não precisa aprender um primeiro que o outro, mas pode aprendê-los em qualquer ordem. Isto facilitará em muito a avaliação da aprendizagem e identificar os próximos passos que deverão ser seguidos.

#PlanoDeAula, #Bncc, #MicroAprendizagens, #MetodologiasAtivas

0 visualização0 comentário

Faça parte da nossa lista de emails

Nunca perca uma atualização

bottom of page